Cenas Capixabas

De quantas formas é possível registrar as paisagens e o patrimônio histórico cultural capixaba? A beleza de nossas matas, de nossos imóveis e de nossas expressões da cultura popular inspiraram artistas a se debruçar em eternizá-las em telas que hoje compõem os acervos da Galeria Homero Massena, do Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo, do Museu do Colono e do Palácio Anchieta. Impressões de tempos passados ainda vivas em nosso presente.

Neste recorte, você encontrará a representação de caminhos a serem percorridos, espaços a serem visitados, festas a serem vivenciadas sob o olhar de pintores capixabas ou não, que tiveram em comum o deslumbramento por ícones deste nosso Estado.

31 ITENS NA CURADORIA

Convento da Penha

Um dos principais ícones da história capixaba e tombado como patrimônio histórico cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1943, o Convento da Penha, está representado por diferentes artistas nas coleções. Sua arquitetura colonial se destaca no penhasco de 154 metros de altitude onde está situado, abraçado pela mata atlântica ao seu redor, e seu acervo de bens móveis inclui peças que representam momentos históricos, ritos litúrgicos e a devoção à Nossa Senhora da Penha. Sua obra teve início por volta de 1558, o que a torna uma das igrejas mais antigas do estado.

No início, Frei Pedro Palácios, fundador do Santuário de Nossa Senhora da Penha, encontrou abrigo numa gruta de pedra, atualmente denominada Gruta de Frei Pedro Palácios, que tem ao lado o oratório de construção anterior a sua chegada ao Espírito Santo, que abriga uma réplica do Painel de Nossa Senhora das Alegrias. Em 1562, construiu uma Capela dedicada a São Francisco de Assis, no local hoje denominado largo do Convento (Campinho), e em 1568, foi edificada, no cume do penhasco, a Capela que recebeu a imagem de Nossa Senhora da Penha, vinda de Portugal em 1569. A Ladeira da Penitencia, via de acesso exclusiva para pedestres e pintada em vários momentos pelo artista Homero Massena, tem sua existência registrada desde a fundação do Convento. (Texto adaptado de https://conventodapenha.org.br) .

Ainda está representada na tela pela artista Marian Rabello a Romaria dos Homens, importante momento da Festa de Nossa Senhora da Penha, no qual os fiéis caminham 14 quilômetros em um percurso com saída da Catedral Metropolitana e chegada ao Convento da Penha. No trajeto, os romeiros cantam e fazem orações acompanhando a imagem da santa padroeira do estado do Espírito Santo. Com mais de 400 anos, a festa é um dos eventos religiosos mais antigos do Brasil.

Santa Leopoldina

O município de Santa Leopoldina é sítio histórico tombado como patrimônio histórico cultural pelo Conselho Estadual de Cultura pela Resolução nº. 05, de 30 de julho de 1983, refletindo a preservação de um tempo de seu apogeu econômico, que já serviu como importante porto para o escoamento da produção. O artista plástico leopoldinense Francisco Schwarz registrou as paisagens da cidade, com destaque para a presença do rio Santa Maria e das canoas, principal meio de locomoção e de transporte de mercadorias no fim do século XIX/ início do século XX.

Centro de Vitória

Outro tema que compõem as coleções é a cidade de Vitória e suas paisagens. A Ilha de Vitória, inicialmente denominada Ilha de Santo Antônio, começou a ser povoada pelos colonos portugueses por volta de 1537, quando foi doada a Duarte Lemos pelo donatário Vasco Coutinho. A data da fundação da Vila de Nossa Senhora da Vitória, em 1551, coincidiu com a do início da construção do conjunto arquitetônico formado pela Igreja de São Tiago e pelo Colégio dos Jesuítas, centro de irradiação de toda a ação missionária desenvolvida no Espírito Santo pela Companhia de Jesus. Descaracterizado pela reforma ocorrida entre 1908 e 1912, para adaptar-se ao gosto neoclássico da época, foi transformado no que é hoje o Palácio Anchieta.

Pode-se dizer que a cidade se expandiu em torno dessa construção, de acordo com a topografia da ilha e a conveniência de seus habitantes. Em seu processo de crescimento, novas edificações foram ocupando as encostas e, com os primeiros aterros, tomando as áreas de mangue. Na capital, encontram-se ainda outras edificações, marcos referenciais de ocupação territorial da ilha como a Capela de Santa Luzia, que segundo a historiografia teria sido construída no século XVI, por Duarte Lemos; a Igreja de São Gonçalo de 1766 e a de Nossa Senhora do Rosário, ambas testemunhas das mais ricas tradições religiosas do povo vitoriense.

Soma-se, ainda a este conjunto, o Convento de São Francisco, cuja a irmandade dos Caramurus rivalizava com a dos Peroas da Irmandade dos Pretos de Nossa Senhora do Rosário pela posse da imagem de São Benedito, protagonistas de festas e atividades esportivas e até de uma revolta popular ocorrida no século XVIII.

Instituições participantes da curadoria

2 comentários

  1. Moro em Vitória desde 2011, e em 2012 me mudei para o Tabuazeiro, Minha casa tem uma vista privilegiada da Pedra dos Dois Olhos, gostaria de colaborar com o site com as melhores de tantas fotos magníficas que tirei desde então.
    Além disso, estarei expondo minhas telas na Casa Porto das Artes em agosto, e também gostaria de que no futuro os trabalhos possam estar inseridos na midiateca.
    Mais uma excelente iniciativa do governador Casagrande e do secretário Fabrício, a quem conheço e estimo.

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