Litoral Capixaba: Arte e Paisagem

A beleza do litoral capixaba na arte contemporânea

O litoral do Espírito Santo é uma das principais atrações do nosso estado. Com cerca de 400 km de extensão, o litoral capixaba é conhecido por suas praias de areia clara, águas cristalinas e paisagens deslumbrantes e tem como uma das principais características a presença de diversas formações rochosas, como as pedras da Ilha do Boi, a Ilha das Caieiras e a Ilha do Frade, todas em Vitória. Por todas essas características, o litoral capixaba atrai diversos turistas todos os anos, principalmente no verão, sendo essa região a fonte de inspiração para muitos artistas que retratam suas paisagens em obras de arte, documentos históricos e produções audiovisuais.

Os acervos da Galeria Homero Massena, do Palácio Anchieta e do Arquivo Público contém algumas obras que nos possibilitam desfrutar de representações do nosso litoral eternizadas em suas obras. Então vamos nos fascinar pelo litoral capixaba através da arte?

Elias Barbosa foi um dos artistas que retratam as belas paisagens que o litoral capixaba pode proporcionar. A obra, mantida pelo Acervo da Galeria Homero Massena, reproduz a baía de Vitória, umas das mais significativas do Estado por ser um importante pólo de desenvolvimento econômico. Ao centro, é possível identificar o Penedo, uma grande formação rochosa que é comumente chamada de “Guardião” pela sua antiga função na qual era ponto de fixação de uma grande corrente que impedia a entrada de navios piratas no porto de Vitória. A Baía já foi também cenário de batalhas importantes, como a Batalha de Cavendish na qual um navio pirata inglês que tentava desembarcar na ilha e foi prontamente barrado pelos nativos.

Retratando com maestria o litoral capixaba e seus aspectos culturais, Homero Massena também criou obras que mostravam a beleza da época e a diversidade da costa do estado. Através das obras mantidas pelo Acervo do Palácio Anchieta é possível visualizar cenas de pesca, trabalho, fé e lazer, revelando a simplicidade e a beleza da vida dos moradores locais. O Convento da Penha, principal símbolo religioso do Espírito Santo, aparece em duas obras como um elemento de destaque e devoção, o que mostra como ele se sentia confortável em retratar o monumento.

“Sem Título”, Elias Barbosa

O autor também explora o contraste entre a natureza e a intervenção humana na paisagem. Em algumas obras, ele nos mostra casebres simples cercados por vegetação seca ou pedras extraídas do mar. Já em outras, o interesse está em retratar barcos abandonados ou carregados de materiais. O artista expressa, por meio de suas pinceladas e cores, uma atmosfera de trabalho duro e o sacrifício dos habitantes locais que, aos olhos do passado, viviam em condições precárias e completamente dependentes dos recursos naturais para sobreviver.

Por fim, o artista também se aventura pelo mar aberto em uma das poucas marinhas que pintou, sem que para isso mostrasse a costa ou o horizonte, rompendo com a sua tendência de retratar a vida cotidiana dos habitantes do litoral capixaba, e se concentra em capturar o movimento das ondas e do vento sobre um barco à vela que navega solitário pelo mar, criando um contraste entre a calmaria e a agitação da natureza. A obra transmite uma sensação de aventura e liberdade, que contrasta nitidamente com as demais cenas de trabalho e fé.

Outro ponto histórico eternizado no acervo do Palácio Anchieta é o Mercado da Vila Rubim, que foi habilmente representado pelo Artista Nair Vervloet em sua obra “Antigo cais do Mercado da Vila Rubim”. O mercado existe desde a década de 1940 e é um dos mais antigos e tradicionais de Vitória. Ao longo dos anos se tornou um importante espaço comercial e cultural de Vitoria, onde é possível encontrar produtos frescos e de qualidade, além de conhecer mais sobre as tradições e a cultura local. 

Nas pinceladas de Vervloet é possível identificar a comunidade pesqueira, objeto recorrente em várias obras que abordam o litoral capixaba. Além disso, também é possível reconhecer a Ponte Seca, que compõe umas das cinco pontes propostas pelo projeto de Pontes Florentino Avidos. A travessia recebeu esse nome devido ao braço de mar que separava a Ilha do Príncipe e Vitória ter desaparecido, dando origem ao nome Ponte Seca.

É importante notar como o litoral capixaba se tornou uma fonte de inspiração para muitos artistas que se encantam com as suas paisagens e a sua cultura. Nos acervos presentes na Midiateca ainda é possível encontrar obras de diferentes nomes que retratam a baía de Vitória e o Penedo; a Pedra do Ovo, localizada na praia de Camburi; e outros aspectos da vida cotidiana, da diversidade natural, da tradição pesqueira e da beleza cênica dos moradores locais.

Entre as obras dos pintores eternizadas nos acervos, e que retratam as nossas belezas, podemos citar Álvaro Conde com a obra “Pedra do Ovo”, Levino Fanzeres com a obra “Baía de Vitória”, Suzana Villaça com a obra “Praia I” e Odalva Guimarães com a obra “sem título”. Esses artistas também exploram o contraste entre a natureza e a intervenção humana na paisagem, expressando uma atmosfera de trabalho duro e sacrifício dos habitantes que viviam em condições precárias e dependentes dos recursos locais.

Como pode-se ver, o litoral capixaba encanta não só pela sua beleza natural, mas também pela sua expressão artística. Os acervos da Galeria Homero Massena, do Palácio Anchieta e do Arquivo Público contém algumas obras que nos possibilitam ficar fascinados pelas paisagens eternizadas nelas. Se você ficou curioso para ver e conhecer mais sobre a história e a cultura do litoral capixaba, não deixe de explorar a Midiateca Capixaba, o portal que reúne um enorme acervo digital sobre o Espírito Santo!

Autores: Allan Cancian, Ricardo Aiolfi e Taciana B. de O. Pedrosa

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