Dionísio Del Santo

Dionísio Del Santo é um artista capixaba nascido em Colatina no ano de 1925 que atuou como pintor, desenhista e gravador. Nomeia o Museu de Arte do Espírito Santo como homenagem a seu gesto de doar mais de 80 obras suas produzidas entre as décadas de 50 a 90 para compor a coleção da instituição e sua exposição de abertura chamada “Dionísio Del Santo – Retrospectiva”. Revelando não apenas conhecimento e habilidade no preparo de matrizes e impressão das imagens serigráficas, mas principalmente vigor e potencial criativo, o artista produziu, em poucos anos, um avantajado número de obras gráficas, formatadas por linhas retas (verticais, horizontais e diagonais), labirintos e círculos concêntricos. Aplicava sobre as formas uma gama variada de cores vibrantes, que atestavam o colorista primoroso e sensível. A maior ou menor aproximação das linhas e da sutileza das cores dava origem à estruturação do que o artista chamava de “fragmentos rítmicos”, que dialogam com a Optical Art, produção que levou às últimas consequências, em especial durante as décadas de 1960 e 1970.

Seminário: Dionísio Del Santo e suas tramas sensíveis

Serigrafias

Criou séries variadas de serigrafias, de estruturação plástica primorosa, que instigam a percepção do observador, recorrendo a um processo denominado de permutação. A permutação consistia em fazer tiragens de obras únicas, mantendo a mesma composição e modificando de uma para a outra o espectro de cores.

A impressão de setenta a cem cópias distintas, isto é, com sensíveis alterações no registro de cores, atestava, por si só, a sua competência e cumplicidade criativa e técnica, que não se descolam do exímio colorista que ele foi.

Por sua obra gráfica, o artista obteve em vida reconhecimento e deferência da crítica, que a avaliou como uma das mais consistentes e coerentes entre os concretistas brasileiros. Porém, contraditoriamente, essa produção circulou pouco, o que a tornaria conhecida apenas por um restrito grupo de colecionadores, artistas e especialistas.

Um destaque…

Paralelamente a essa produção abstrata, o artista produziu obras, de mesma formatação, mas que possuem alguns elementos figurais, que parecem brotar do interior da própria geometria.

Nesse caso, os temas mais freqüentes eram os casais, figuras sentadas e deitadas e crianças posicionadas ao lado de animais, cujas cabeças recebem algum destaque, justamente porque o restante da composição é articulado por retângulos.

A pesquisa com essas figuras levou o autor a repetir a mesma estrutura formal e compositiva, alternando apenas as duas cores, em uma espécie de positivo e negativo. Em outras composições de mesma formatação geométrica e figural, rebatia as figuras, como em um processo de espelhamento.

As cores adotadas por Del Santo na maioria dessas cenas são as mesmas das composições abstratas: vermelho e branco, e um traço negro contornando as formas. Raramente usou outras cores.

Instituições nesta curadoria

Texto produzido com citações do livro “Dionísio Del Santo. Vitória: 2008” de Almerinda Lopes.

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