“Manufatura dos Gobelins”: tapeçarias francesas em solo capixaba

Além de sua importância na melhoria do conforto térmico das construções, a tapeçaria ganhou destaque como um objeto de ostentação.

O acervo integrado da Midiateca tem muita história para contar sobre o nosso querido estado, mas sabia que ele possui peças do outro lado do globo? Isso mesmo, o repositório do Palácio Anchieta conta com itens da famosa Manufatura dos Gobelins, fundada em Paris, na França. Mas por que esses itens são tão importantes?

A Manufatura dos Gobelins foi estabelecida no século XVII, na França, como um complexo de oficinas dedicadas à produção de tapeçarias e mobiliário. Sua principal função era atender às demandas da Coroa Francesa, fornecendo decoração para palácios e presentes diplomáticos, contribuindo assim para a projeção da imagem da França no exterior durante o reinado de Luís XIV. 

Reconhecendo o papel estratégico da indústria tapeceira no comércio exterior, o rei Henrique IV (1553-1610) incentivou a produção nacional. Em 1662, Jean-Baptiste Colbert (1619-1683), ministro de Luís XIV (1638-1715), adquiriu as propriedades da família Gobelin para a Casa Real. 

Dessa forma, ele unificou oficinas de tecelagem espalhadas pelo país, juntando pintores, gravadores, fundidores, ourives e marceneiros sob a direção de Charles Le Brun (1619-1690), o primeiro pintor do rei. 

Essa centralização resultou na criação da Manufatura Real de Móveis e Tapetes da Coroa, conhecida como Manufatura dos Gobelins, que recebeu sua organização definitiva por meio do crédito real de 1667.

Bom, mas você deve estar se perguntando o sentido desse nome: “Gobelins”. Então, saindo um pouco da perspectiva histórica, é preciso falar sobre técnica artística e, mais especificamente, sobre o mundo das tapeçarias!

Além de ser o nome da família que iniciou toda a produção dessas peças, o termo ficou conhecido como a técnica utilizada para ornamentação dos tapetes como se fossem quadros e pinturas.

Sendo uma forma de arte visual, os Gobelins se destacam como características proeminentes de um dos tecidos mais tradicionais na decoração. Apresentando uma aparência conservadora, esse tecido é confeccionado com uma trama simples e fios de algodão reaproveitados, o que o torna uma opção sustentável e com apelo ecológico, conhecido como Fio Ecológico. 

O estilo também é conhecido por possuir um toque ligeiramente rústico, uma característica comum dos gobelins, e é comumente utilizado em móveis de estilo clássico. No entanto, com um pouco de criatividade e ousadia, pode ser aplicado em ambientes modernos.

Então, sempre que você ver um tapete com tecidos extravagantes pode desconfiar se aquela peça não é um gobelin. No Palácio Anchieta, em Vitória, três itens da Manufatura dos Gobelins podem ser encontrados.

Representando situações cotidianas na Alta Nobreza francesa, as tapeçarias ilustram no tecido homens e mulheres festejando e descansando, situações essas vivenciadas pela aristocracia da época.

O acervo digital da Midiateca foi até a França para contar essa baita história! No entanto, não termina por aqui, que tal conhecer mais sobre os registros culturais do Espírito Santo? É só acessar o nosso site.

Autores: Elvys Chaves e Newton Assis

NESTA CURADORIA

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


The reCAPTCHA verification period has expired. Please reload the page.