Nas artes e na sociedade: evolução do papel das mulheres

Nas artes, as obras que abordam mulheres ganham traços mais abstratos

Nos últimos anos, a sociedade tem passado por mudanças significativas no que se refere ao papel das mulheres na sociedade. Apesar de, por muitos anos, terem sido consideradas o sexo frágil, as mulheres têm lutado por sua emancipação e conquistado cada vez mais espaço em diversas áreas. Desde a modernização da sociedade e a entrada na era industrial, muita coisa mudou. Na Midiateca Capixaba, podemos encontrar exemplos dessa evolução nas artes, como pinturas, fotografias, esculturas e outros tipos de obras, que retratam as mulheres em diferentes contextos.

Com a Revolução Industrial, as mulheres brancas passaram a trabalhar nas fábricas, porém, sempre recebendo menos que os homens, pois era considerado que elas tinham quem as sustentasse, ou seja, os homens. Em 1848, aconteceu a primeira convenção dos direitos da mulher em Seneca Falls, Nova York. O movimento pelos direitos das mulheres, muitas vezes, só considerava o direito das mulheres brancas, deixando de fora as mulheres negras e indígenas.

No Brasil, as mulheres só conquistaram o direito ao voto em 1923, o que foi uma grande conquista para que a visão sobre as mulheres na sociedade começasse a mudar. Na década de 70, os movimentos feministas ganharam ainda mais força e destaque no cenário mundial, o que fez com que o papel das mulheres na sociedade passasse por alterações.

Nas artes, as obras que abordam mulheres ganham traços mais abstratos, em novas linguagens artísticas, ainda representando a figura feminina, porém em representações que extrapolam o contexto familiar. Em “Busto de Mulher: Shiva, o princípio transformador”, disponível no Museu de Arte Contemporânea do Espírito Santo, a mulher possui formas quadradas e um machado nas mãos, rompendo com a ideia do sexo frágil.

A partir da década de 70, é possível observar ainda outras abordagens, como no Cartaz de O Beijo da Mulher Aranha. A Ufes, nesta época, promoveu ainda o debate “Marginalidade e literatura: o índio, a mulher, o doente mental, o negro e o homossexual”, que contou com a presença de pensadores brasileiros. Essas discussões, ainda necessárias, abrem espaço para a reflexão de revisitar a história (inclusive das artes) para reconhecer o papel das minorias nas construções históricas, sociais e artísticas.

Autores: Ricardo Aiolfi e Taciana B. de O. Pedrosa

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