Orquestras: música e cultura capixaba

As orquestras desempenham um papel fundamental na preservação e divulgação de um vasto repertório clássico, mas também podem incorporar elementos de música contemporânea, adaptando-se aos diferentes estilos e épocas. 

As orquestras são verdadeiros espetáculos musicais que encantam plateias ao redor do mundo. Compostas por uma diversidade de instrumentos e músicos talentosos, essas formações sinfônicas têm a capacidade de criar uma harmonia sublime e transmitir uma gama emocional impressionante. 

A música executada por uma orquestra é capaz de expressar desde sentimentos de alegria e entusiasmo até profunda melancolia e contemplação. Além disso, as orquestras desempenham um papel fundamental na preservação e divulgação de um vasto repertório clássico, mas também podem incorporar elementos de música contemporânea, adaptando-se aos diferentes estilos e épocas. 

E aqui no Espírito Santo, o poder das orquestras vai para muito além sendo também uma importante ferramenta para criação de uma identidade cultural. No acervo digital do Arquivo Público do Estado Espírito Santo (APEES) podemos ver registros de duas formas de orquestra no ES: a sinfônica e a filarmônica. Mas você sabe qual a diferença entre elas?

Orquestra de Câmara da rádio e TV polonesa (item integrante do acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo)
Orquestra Filarmônica do Espírito Santo e Coral da UFES (item integrante do acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo)

Sinfônica ou Filarmôrnica?

Em relação à formação musical e aos instrumentos, ambas as orquestras são iguais. No entanto, as nomenclaturas podem revelar algo mais sobre esses grupos.

A palavra “Sinfonia”, de origem grega, significa “Todos os Sons Juntos”, enquanto o prefixo “filo” em “Filarmônica” remete a “amigo de”, associando-se à ideia de “filantropia”. Com essa dica, podemos compreender um pouco mais das diferenças entre elas!

Então, uma orquestra é um conjunto organizado de instrumentos de cordas, sopro (madeiras e metais) e percussão, esta última tendo se incorporado fortemente no século XX. As origens das orquestras remontam ao século XVI, quando esses conjuntos musicais executavam peças em cerimônias importantes das cortes.

Dessa forma, a distinção entre as orquestras reside na origem do financiamento do grupo. As Orquestras Sinfônicas são geralmente mantidas pelo governo, enquanto as Orquestras Filarmônicas são sustentadas e financiadas por membros da sociedade.

Atualmente, a Orquestra Sinfônica do Estado do Espírito Santo (Oses) é a principal formação capixaba ainda em atividade. Nas peças presentes na Midiateca Conectando, vários cartazes mostram apresentações dos músicos ao longo dos anos.

Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (item integrante do acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo)
I Concurso Nacional para Solistas da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo (item integrante do acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo)

Considerada um dos mais importantes organismos culturais do Estado, a história dela remonta a 1977, quando foi criada a partir de um projeto concebido pela professora de piano Sônia Cabral, que na época ocupava o cargo de Coordenadora de Música Erudita da Fundação Cultural do Espírito Santo. 

Inicialmente conhecida como Orquestra de Câmera do Espírito Santo, o conjunto, que seria o embrião da futura orquestra, era formado por músicos contratados da Banda de Música da Polícia Militar, professores e alunos da Escola de Música. Destacam-se nesse período o casal Alceu e Vera Camargo, pioneiros na formação dos músicos de cordas. 

Posteriormente, após uma breve fase como Orquestra Clássica, ela evoluiu para Filarmônica e finalmente, em 1986, consolidou-se como a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, com a criação de um quadro próprio e específico, composto por 125 vagas para músicos.

Apesar de ser a principal, a Oses não foi a única formação musical a passar pelas terrinhas capixabas. Existem registros no acervo digital do APEES que evidenciam que o ES já ouviu muita música boa!

Por exemplo, em 1994, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) comemorou seus 40 anos e teve como celebração comandada pela Orquestra de Câmara da Ufes que fez solenidades para a data. Assim como, o ES recebeu a Orquestra Sinfônica de Campinas, em 1988, com um show das obras de dois músicos barrocos muito importantes: Johann Bach e Georg Haendel.

Seja em concertos majestosos em salas de concerto renomadas ou em apresentações ao ar livre, a grandiosidade e a energia das orquestras aqui no ES têm o poder de transcender fronteiras culturais e unir pessoas através da linguagem universal da música. E você, já chegou a ir na apresentação de uma orquestra antes?

BNCC:
Já vimos que a BNCC apresenta a musicalização no processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil (EI03TS01), no Ensino Fundamental (EF89LP32, EF15AR13, EF15AR14, EF15AR17) e também no Ensino Médio (EF02HI08, EF02HI09).

Mas como podemos relacionar o ensino, a musicalização e o acervo da Midiateca Capixaba? Vamos elencar alguns eixos que podem ser trabalhados nesse contexto:

– O nosso acervo pode ser utilizado como recurso educacional proporcionando aos estudantes um acesso mais amplo a uma variedade de recursos, incluindo os audiovisuais, enriquecendo o ensino por meio de exemplos práticos e contextuais apresentados em sala de aula.

– O acervo da Midiateca Capixaba pode ser utilizado como fonte de pesquisa para trabalhos acadêmicos, projetos musicais e até estudos de caso relacionados à música, promovendo a autonomia e o desenvolvimento de habilidades de pesquisa, além de oferecer uma ampla gama de recursos para aprofundar o conhecimento sobre diversos aspectos da música.

– O acervo da Midiateca Capixaba pode oferece uma variedade de estilos musicais e tradições culturais, permitindo que os alunos tenham acesso a uma ampla gama de expressões musicais ao longo da história capixaba, contribuindo para a formação de uma visão ampla e inclusiva da música, promovendo a apreciação e o respeito pela diversidade cultural.

Agora, aproveitem e fiquem à vontade para explorar nosso acervo e soltar a imaginação.

Por Elvys Chaves e Newton Assis

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